Jesus vem no meio da tempestade

Mateus 14.22-33
Publicado em 25/08/2025

JESUS VEM NO MEIO DA TEMPESTADE

Mateus 14.22-33

22 Logo a seguir, compeliu Jesus os discípulos a embarcar e passar adiante dele para o outro lado, enquanto ele despedia as multidões. 23 E, despedidas as multidões, subiu ao monte, a fim de orar sozinho. Em caindo a tarde, lá estava ele, só. 24 Entretanto, o barco já estava longe, a muitos estádios da terra, açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário. 25 Na quarta vigília da noite, foi Jesus ter com eles, andando por sobre o mar. 26 E os discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram aterrados e exclamaram: É um fantasma! E, tomados de medo, gritaram. 27 Mas Jesus imediatamente lhes disse: Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais! 28 Respondendo-lhe Pedro, disse: Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas. 29 E ele disse: Vem! E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus. 30 Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor! 31 E, prontamente, Jesus, estendendo a mão, tomou-o e lhe disse: Homem de pequena fé, por que duvidaste? 32 Subindo ambos para o barco, cessou o vento. 33 E os que estavam no barco o adoraram, dizendo: Verdadeiramente és Filho de Deus! Mateus 14:22-33

Introdução

O capítulo 14 de Mateus revela a agenda de Jesus:

  • Jesus não tinha tempo para descansar e nem para comer.

30 Voltaram os apóstolos à presença de Jesus e lhe relataram tudo quanto haviam feito e ensinado. 31 E ele lhes disse: Vinde repousar um pouco, à parte, num lugar deserto; porque eles não tinham tempo nem para comer, visto serem numerosos os que iam e vinham. Marcos 6:30-31.

A atividade era intensa, agenda congestionada:

  • Pessoas buscando socorro.
  • Doentes buscando esperança de cura.
  • Leprosos escorraçados do convívio social buscando purificação.
  • Cegos buscando receber luz.
  • Coxos e paralíticos buscando aprumar.
  • Publicanos e pecadores odiados buscando serem recebidos com simpatia, amor e perdão.
  • Prostitutas mercadejadas pela vida buscando receber dignidade e vida nova.
  • Crianças buscando receber a bênção do Senhor.
  • As mulheres sendo recebidas com dignidade.
  • Os famintos sendo alimentados.
  • Os possessos são libertos da opressão demoníaca.
  • Os tristes recebendo consolo e alegria.
  • Os caídos são levantados.

Esta é a agenda de Jesus, e se não bastasse o clamor da multidão no capítulo 14 de Mateus, Ele ainda recebe a notícia da morte de seu primo João Batista.

1 Por aquele tempo, ouviu o tetrarca Herodes a fama de Jesus 2 e disse aos que o serviam: Este é João Batista; ele ressuscitou dos mortos, e, por isso, nele operam forças miraculosas. 3 Porque Herodes, havendo prendido e atado a João, o metera no cárcere, por causa de Herodias, mulher de Filipe, seu irmão; 4 pois João lhe dizia: Não te é lícito possuí-la. 5 E, querendo matá-lo, temia o povo, porque o tinham como profeta. 6 Ora, tendo chegado o dia natalício de Herodes, dançou a filha de Herodias diante de todos e agradou a Herodes. 7 Pelo que prometeu, com juramento, dar-lhe o que pedisse. 8 Então, ela, instigada por sua mãe, disse: Dá-me, aqui, num prato, a cabeça de João Batista. 9 Entristeceu-se o rei, mas, por causa do juramento e dos que estavam com ele à mesa, determinou que lha dessem; 10 e deu ordens e decapitou a João no cárcere. 11 Foi trazida a cabeça num prato e dada à jovem, que a levou a sua mãe. 12 Então, vieram os seus discípulos, levaram o corpo e o sepultaram; depois, foram e o anunciaram a Jesus. Mateus 14:1-12

Os discípulos estavam cansados e estressados, e agora são abalados e tristes com a notícia da morte de João Batista. Era tempo de tirar umas férias e programavam sair para um lugar deserto (Mateus 14.13 e Marcos 6.31). Mas chegando lá a multidão já haviam antecipado. Era uma multidão carente e faminta e Jesus lhes ensinou e mandou os discípulos dá-lhes de comer.

Quando tudo acabou, os discípulos ficaram perplexos com a decisão de Jesus, as férias tinham acabados. Vamos voltar para casa. E Jesus compeliu os discípulos para entrarem no barco. E o mínimo que eles esperavam era de ter uma viagem tranquila já que as férias foram frustradas.

E mesmo tendo testemunhados um grande milagre, a multiplicação dos pães e dos peixes, e sob a ordem expressa de Jesus, eles foram para outro lado do mar da Galiléia, e enfrentaram uma terrível tempestade. Jesus ficou para orar ao pai e não foi com os discípulos no barco.

Jesus compeliu eles para irem.

Por que Jesus mandou eles mesmo sabendo que eles enfrentariam uma tempestade?

  1. Porque Ele queria poupá-los de uma grande tentação.
  • Para poupá-los de uma tentação enganosa
  • Depois da multiplicação dos pães e peixes (João 6.14-15), a multidão quis proclamar Jesus rei à força.
  • Eles foram testemunhas de um grande milagre de Jesus, e para não serem tentados pelo “Jesus da Panela cheia”, o “Jesus das causas sociais”, eles foram burilados por Jesus, jogados na tempestade para verem que Jesus veio para salvar. Se os discípulos permanecessem ali, seriam tragados pelo entusiasmo popular e tentados a seguir um Cristo “milagreiro”, de um messianismo político e social apenas.
  • Por isso, Jesus os arranca da multidão e os coloca na tempestade. Melhor enfrentar ventos contrários do que cair na sedução de um evangelho sem cruz.

Aplicação: Muitas vezes Jesus nos coloca em situações difíceis não para nos destruir, mas para nos livrar da sedução de caminhos fáceis e falsos que poderiam corromper nossa fé.

  • Para treiná-los na dependência dEle
  • No milagre dos pães, os discípulos viram Jesus suprir necessidades. Agora, na tempestade, veriam Jesus salvar suas vidas.
  • A fé não se fortalece apenas vendo milagres de provisão, mas também experimentando livramentos em situações de morte.
  • A vida cristã não existe sem cruz, renúncia e dependência total do Senhor.

Aplicação: A tempestade foi o “seminário prático” de fé para os discípulos. Do mesmo modo, Deus nos coloca em experiências que nos fazem depender somente dEle.

  • Para revelar-lhes a verdadeira identidade de Jesus
  • Eles já tinham visto milagres, mas só após a tempestade confessaram: “Verdadeiramente tu és o Filho de Deus” (v. 33).
  • Foi no barco, depois do vento contrário e do medo, que eles tiveram a revelação mais clara da divindade de Cristo.
  • Às vezes a clareza de quem é Jesus só nos chega depois da noite escura e do mar revolto.

Aplicação: Jesus não nos livra sempre das tempestades, mas se revela a nós nelas.

Em resumo: Jesus os mandou mesmo sabendo da tempestade porque queria poupá-los de uma tentação, treiná-los na dependência e revelar-lhes quem Ele realmente é.

  1. Porque Jesus antevendo o perigo iminente queria estar na presença do Pai em oração pelos discípulos.
  • Jesus ora num dia de abatimento pelas notícias da morte de João Batista e cansaço.
  • Jesus orou longe dos holofotes. Porque a identidade de jesus não era definida pelo clamor da multidão, mas pelo relacionamento com o Pai.
  • Jesus orou nos momentos críticos da vida.
  • Jesus os vê no meio na tempestade.

46 E, tendo-os despedido, subiu ao monte para orar. 47 Ao cair da tarde, estava o barco no meio do mar, e ele, sozinho em terra. 48 E, vendo-os em dificuldade a remar, porque o vento lhes era contrário, por volta da quarta vigília da noite, veio ter com eles, andando por sobre o mar; e queria tomar-lhes a dianteira. Marcos 6:46-48”

E como Jesus vem ao nosso encontro?

  1. Jesus sempre vem ao nosso encontro na hora da crise.
  • Jesus nunca chega atrasado.
  • Ele foi o quarto homem na fornalha de fogo com os amigos de Daniel (Daniel 3.24-25).
  • Jesus não chegou atrasado na casa de Maria e Marta. Se Ele fosse no momento que elas queriam, Ele não teria ressuscitado Lázaro, mas somente curado.
  • Jesus não chegou atrasado na vida da sogra de Pedro, de Ana, de Jairo, da mulher com fluxo hemorrágico, de Bartimeu etc.
  1. Jesus vem ao nosso encontro ainda que seja na quarta vigília da noite.

Como eram divididas as vigílias da noite?

  • Contexto Judaico Antigo
  • No Antigo Testamento, a noite era dividida em três vigílias, cada uma com aproximadamente quatro horas:
    • Primeira vigília: do pôr do sol até cerca das 22h.
    • Segunda vigília: das 22h até cerca de 2h da manhã.
    • Terceira vigília: das 2h até o nascer do sol (cerca de 6h).
  • Essa forma de contar está presente em textos como Juízes 7.19 (“no princípio da vigília da meia-noite”).
  • Influência Romana
  • No período do Novo Testamento, sob o domínio romano, a noite passou a ser dividida em quatro vigílias:
    • Primeira vigília: das 18h às 21h.
    • Segunda vigília: das 21h à meia-noite.
    • Terceira vigília: da meia-noite às 3h.
    • Quarta vigília: das 3h às 6h da manhã.
  • Mateus, Marcos e Lucas seguem essa contagem romana (Mc 13.35 mostra claramente as quatro vigílias).
  • A Quarta Vigília (entre 3h e 6h da manhã)
  • É nesse período — o mais escuro, frio e exaustivo da noite — que Jesus aparece.
  • Os discípulos já estavam lutando contra os ventos e ondas por várias horas, provavelmente exaustos, frustrados e com medo de morrer.
  • Mas é justamente quando as forças humanas acabam que Jesus se manifesta de forma gloriosa.
  • Aplicação Espiritual
  1. Jesus pode demorar, mas nunca falha:
    • Ele não veio na primeira vigília, nem na segunda, nem na terceira…
    • Ele veio na hora certa, no limite da resistência dos discípulos, para mostrar que a vitória não viria do esforço deles, mas da Sua presença.
  2. Deus trabalha no “quase fim”:
    • Quando parece que não há mais saída, Ele entra em cena.
    • Como no Êxodo, o socorro de Deus chegou na última hora, junto ao mar (Êxodo 14.13-16).
  3. A espera faz parte do processo de fé:
    • Jesus poderia ter acalmado o vento de longe, mas esperou até a quarta vigília para moldar, ensinar e fortalecer a fé dos discípulos.

Em resumo:

  • A divisão da noite em vigílias mostra que Deus tem seu tempo perfeito.
  • A quarta vigília da noite é a hora mais difícil – hora que questionamos SERÁ que Ele vem?

SERÁ é filho da DÚVIDA, neto do FRACASSO, pai da FRUSTRAÇÃO.

  • A “quarta vigília” é o momento em que Jesus se revela como Senhor da tempestade, quando já não resta força humana, mas só a dependência total dEle.
  • O Senhor deixou Daniel ser jogado na cova dos leões, consentiu que Pedro fosse jogado na prisão. Há momentos que Deus nos “livra da morte”, mas também nos livra na morte”.
  1. Jesus vem caminhando sobre as águas, nas ondas agitadas.
  • Jesus nem sempre usa os meios convencionais para chegar à nossa vida e acalmar a tempestade na nossa vida.
  • Jesus mostra a sua autoridade e poder sobre aquilo que nos aflige. Ele calca aos pés as nossas tempestades. Ele subjuga aquilo que nos amedronta.
  • Mas é preciso estar com Ele. Tem que estar em Cristo. Quem está com Cristo está com o + Forte. “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8.31).
  • Jesus fez da tempestade o seu caminho. Ele usa até os nossos problemas para se aproximar de nós.
  • Em Naum 1.3 diz na parte b: “o SENHOR tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés Naum 1:3”. A tempestade é um instrumento de Deus em nossa vida.

8 Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR, 9 porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos. Isaías 55:8-9

E quando Jesus chega, o que acontece?

  1. Ele primeiro acalma a tempestade do nosso coração.
    • A primeira palavra de Jesus não foi para parar a tempestade, repreendendo a fúria do vento. A primeira palavra foi: “Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais!”. A tempestade interna é maior que a tempestade externa, porque não adianta resolver as circunstâncias externas se não há paz no coração.
  2. Jesus vem para levantar quem cai. Pedro saiu do barco e começou a andar sobre as águas, mas reparando nas forças do vento, começou a submergir. E Jesus prontamente lhe estendeu a mão para levantá-lo. E isso nos ensina que não prevalecemos nas tempestades da vida com a nossa força. Precisamos de Jesus. O salmista diz em Salmos 20: 7 Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus. 8 Eles se encurvam e caem; nós, porém, nos levantamos e nos mantemos de pé. Salmos 20:7-8”

Ilustração

Conta-se de um pregador que, sendo convidado a pre­gar numa penitenciária, estava buscando em Deus uma palavra que abrisse o coração daqueles homens endurecidos pelos cri­mes. Ao subir no palanque, preparado bem no meio do pátio, seu pé se enroscou num dos fios dos aparelhos de som e ele levou um sonoro tombo. Foi uma zombaria geral por parte dos detentos. Mas, o pregador levantou-se, limpando as ves­tes, com uma palavra viva em seu coração. Dirigiu-se às cen­tenas de prisioneiros ali reunidos com as seguintes palavras: Amigos, qualquer pessoa está sujeita a cair, mas ninguém pre­cisa ficar caído. E, dali para a frente teve uma plateia agarrada nas palavras de vida que brotavam dos seus lábios.

  1. Jesus vem para parar a tempestade e as forças do vento. Quando Jesus entrou no barco, “o vento cessou” (Mt 14.32). Isso nos mostra que nenhuma tempestade é eterna; ela tem um tempo determinado e um propósito pedagógico. A tempestade serviu para revelar a fraqueza dos discípulos e a grandeza de Cristo. Ela não veio para destruí-los, mas para moldar a fé deles. Assim, as provações que enfrentamos são instrumentos de Deus para nos amadurecer (Tg 1.2-4), e chegam ao fim quando cumprem seu papel.
  2. Jesus vem para nos levar seguros ao nosso destino. João 6.21, paralelo a esse relato, acrescenta: “Logo o barco chegou ao seu destino”. Isso mostra que a presença de Jesus garante não apenas livramento, mas também chegada segura. A travessia não terminou no meio da tempestade; ela se completou porque o Senhor estava no barco. Da mesma forma, nossa jornada cristã não termina no caos, mas no porto seguro que Cristo preparou para nós. Ele é o fiel condutor da nossa vida (Fp 1.6).

Conclusão com Apelo Evangelístico

Meus irmãos, a vida é feita de calmarias e tempestades. Todos nós já enfrentamos ventos contrários: problemas familiares, doenças, crises financeiras, solidão, ou mesmo batalhas internas na alma. A verdade é que ninguém atravessa este mar da vida sem encontrar ondas agitadas. Mas a boa notícia do Evangelho é esta: Jesus vem no meio da tempestade! Ele não fica distante, indiferente ao nosso sofrimento. Ele vê, Ele ora por nós, e no tempo certo, Ele vem.

Talvez você se identifique com Pedro, que até começou a caminhar pela fé, mas ao olhar para a força do vento, começou a afundar. Se esse é o seu caso, saiba: Jesus ainda estende a mão hoje e diz: “Salva-me, Senhor!”. Você não precisa se afundar no medo, no pecado ou na desesperança. A mão de Cristo é mais forte que a tempestade!

E assim como o barco dos discípulos chegou ao porto seguro quando Jesus entrou, sua vida também pode encontrar hoje o destino certo, a paz verdadeira e a salvação eterna. Ele não promete ausência de tempestades, mas garante presença constante e vitória final.

Por isso, eu lhe faço um convite: receba Jesus no barco da sua vida. Confie nEle como Senhor e Salvador. Se você já é crente, entregue a Ele sua tempestade atual. Se ainda não tomou uma decisão, abra o coração para Cristo hoje. Ele é o Filho de Deus, aquele que tem poder para acalmar os ventos e conduzi-lo em segurança até o porto eterno da salvação.

Venha a Jesus! Hoje é a hora de deixar que Ele entre no seu barco e transforme sua vida.

 

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