Pais convertidos aos filhos

Malaquias 4.6
Publicado em 12/09/2025

Tema: Pais Convertidos aos Filhos

Texto Base: Malaquias 4.6

Ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais... (Ml 4.6).

O profeta Malaquias conclui seu livro falando sobre a conversão do coração dos pais aos filhos e da conversão do coração dos filhos aos pais. Essa é uma necessidade vital da família. O que faz um lar feliz não é tanto o lugar onde moramos, mas como vivemos dentro de casa. Relacionamento é mais importante do que coisas. Nenhum sucesso profissional compensa a perda dos filhos. Mas como os pais podem converter seu coração ao coração de seus filhos?

  1. Tenha tempo para seus filhos (Dt 6.6-9) – Quem ama, tem tempo para a pessoa amada. Os filhos precisam vir antes dos amigos. Os pais precisam agendar tempo para estar com os filhos. Os pais precisam se interessar pelos assuntos dos filhos: estudos, namoro, conflitos, anseios, frustrações, sonhos e desafios. Os pais precisam aprender a ouvir e a falar com os filhos. Presentes não substituem presença. A maior necessidade dos filhos não é de coisas materiais, mas dos próprios pais.
  2. Seja exemplo para seus filhos (Pv 22.6) – Os pais são espelhos para os filhos. Os pais ensinam mais pela vida do que pelas palavras. Um exemplo vale mais do que mil discursos. Os pais ensinam aos filhos não o caminho, mas no caminho (Pv 22.6). Os pais precisam falar não apenas aos ouvidos de seus filhos, mas também aos olhos. Quando os pais desobedecem a Deus, geram filhos para o cativeiro (Dt 28.41); no entanto, quando os pais consagram-se a Deus e também colocam seus filhos no altar de Deus, as brechas são restauradas, e a nação é abençoada (Is 58.12).
  3. Seja intercessor de seus filhos (Jó 1.5) – Antes de falar de Deus a nossos filhos, precisamos falar de nossos filhos a Deus. Orar pelos filhos é uma sublime missão que os pais precisam abraçar. Nossos filhos precisam mais de Deus do que de conforto. A Bíblia diz que Jó intercedia por todos os seus filhos diariamente pelas madrugadas (Jó 1.5). Mesmo sendo um homem rico e com a agenda congestionada, ele dedicava o melhor do seu tempo para orar por seus filhos. Não abra mão de ver seus filhos no altar de Deus. Seus filhos são herança de Deus (Sl 127.3). Eles são filhos da promessa. Você não gerou filhos para o cativeiro. Lute pelos seus filhos, chore por eles, ore e jejue por eles, até que sejam coroas de glória nas mãos do Senhor (Is 62.3). Jó era perseverante na oração pelos seus filhos (Jó 1.5) – O texto prossegue e diz: "... assim o fazia Jó continuamente" (Jó 1.5). Muitos pais oram durante algum tempo, mas logo desistem de interceder com fervor e persistentemente pelos filhos. A presente geração precisa desesperadamente de pais perseverantes na oração, de pais intercessores. Há muitos pais que não sabem o que é levantar de madrugada para orar pelos filhos. Há muitos filhos que não veem seus pais de joelhos clamando aos céus por suas vidas. Oh, que Deus desperte uma geração de pais que possam ser modelos para seus filhos, como o foi Jó.
  4. Não tenha predileção por um filho em detrimento de outro (Gn 25.28) – Muitos pais cometem esse grave erro de dar mais valor a um filho do que a outro e elogiar mais um filho do que a outro. Essa atitude gera ciúmes e mágoas; produz revolta e amargura. Isaque e Rebeca cometeram esse erro. Isaque amava mais a Esaú, enquanto Rebeca tinha predileção por Jacó. Essa atitude dos pais colocou um irmão contra o outro e trouxe amargas consequências para toda a família (Gn 27.1-46). Nem mesmo o tempo pôde apagar as desavenças perpetuadas entre a descendência de Esaú e a descendência de Jacó. Os pais que agem com sabedoria criam pontes de amizades entre os filhos, em vez de cavar abismos. Os filhos são diferentes, têm aptidões diferentes, talentos diferentes e temperamentos diferentes. Saber lidar com cada um de acordo com sua personalidade é uma arte que os pais precisam cultivar. Os pais podem até exigir dos filhos o mesmo esforço, mas não podem exigir deles o mesmo desempenho. Eles são diferentes e devem ser tratados à luz dessa diferença.
  5. Perdoe os seus filhos (Lc 15.20-24) – O exercício do perdão é uma necessidade básica para relacionamentos saudáveis. Os nossos filhos falham conosco, e nós falhamos com os nossos filhos. Por isso, precisamos perdoar uns aos outros. Quando o filho pródigo caiu em si e arrependido voltou para a casa do Pai, antes mesmo de terminar a sua confissão o pai o abraçou, beijou e restaurou, festejando a sua volta ao lar (Lc 15.20-24). O perdão é a terapia divina para as feridas da alma. O perdão não é uma questão de justiça, mas de misericórdia. Perdoar é espremer todo o pus da ferida e ficar sarado e liberto da mágoa. Perdoar é viver além das lembranças amargas e sepultar no mar do esquecimento as ofensas recebidas (Mq 7.19).

Ilustração

Perdoar é ficar livre e deixar a outra pessoa livre. Há alguns anos, li a dolorosa história de Netinho[1], um adolescente, filho de pai militar, criado com muito rigor, que foi flagrado pelo professor numa tentativa de cola numa prova de geografia. O professor, ao deduzir que o Netinho estava tentando colar, tomou-lhe a prova e expôs o caso publicamente diante da turma. O pai foi chamado à escola e colocado a par da situação. Na volta para casa, Netinho tentou em vão conversar com os pais. Eles fecharam completamente o canal de comunicação, dizendo-lhe: "Nós estamos envergonhados de sua atitude. Você não tem o direito de falar conosco nem de olhar em nossos olhos". Passou uma semana, e Netinho, triste e abatido, não conseguia explicar para os pais a situação. Depois de vários dias, enquanto os pais saíram para fazer compras, Netinho, não suportando a dor que assolava seu peito, pegou uma caneta e escreveu uma carta aos pais, dizendo: "Papai e mamãe, perdoem-me esse ato extremo. Mas eu não consegui conviver com a dor de não poder olhar nos olhos de vocês e dizer que eu não sou culpado da acusação do meu professor". Netinho pegou o revólver do pai e deu um tiro na cabeça. Quando os pais chegaram, o encontraram caído numa poça de sangue, com a carta numa mão e o revólver na outra. Isso tocou profundamente o meu coração e me deixou uma lição: os pais precisam aprender a ouvir os filhos e perdoá-los.

Conclusão

A profecia de Malaquias 4.6 é um chamado urgente. Precisamos de pais como Jó:

íntegros, presentes, intercessores, imparciais e prontos a perdoar.

O coração convertido ao dos filhos é fruto de amor e obediência a Deus.

Hoje, você pode ser esse pai ou essa mãe que Deus usa para restaurar sua família.

Apelo

Pais, voltem seus corações para os filhos. Filhos, voltem seus corações para os pais. Jesus Cristo é o restaurador de lares e pode hoje mesmo iniciar essa obra em você.

 

[1] Em 1990, um jovem chamado Celestino José Rodrigues Neto, conhecido como “Netinho”, cometeu suicídio aos 14 anos, após ser humilhado publicamente por ter sido acusado de colar em uma prova de geografia no Colégio Militar do Rio de Janeiro. A situação culminou no gesto extremo dois dias depois, quando ele se matou com a arma de seu pai, deixando uma carta em que afirmava sua inocência. A matéria, com o título “Humilhado, aluno do Colégio Militar se mata”, foi publicada em 17 de maio de 1990 no jornal O Globo

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