Vale a pena resistir

Gênesis 50.24-25 e Êxodo 1.6-7
Publicado em 12/09/2025

VALE A PENA RESISTIR

Êxodo 1.6-7 e Gênesis 50.24-25

6 Faleceu José, e todos os seus irmãos, e toda aquela geração. 7 Mas os filhos de Israel foram fecundos, e aumentaram muito, e se multiplicaram, e grandemente se fortaleceram, de maneira que a terra se encheu deles. Êxodo 1:6-7

24 Disse José a seus irmãos: Eu morro; porém Deus certamente vos visitará e vos fará subir desta terra para a terra que jurou dar a Abraão, a Isaque e a Jacó. 25 José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará, e fareis transportar os meus ossos daqui. Gênesis 50:24-25

Introdução

O que estamos plantando hoje, permanecerá no futuro? Que história você, sua família e a igreja estão escrevendo? Será uma história esquecida, que se dissolve com o tempo, ou será uma história que marcará gerações?

Na trajetória de José encontramos lições preciosas. Ele enfrentou incompreensões, injustiças, tentações e adversidades, mas não deixou que nada o afastasse dos planos de Deus. Por isso sua vida se tornou uma referência para sua família, para Israel e para todos os que caminham pela fé. José nos mostra que viver de forma fiel, mesmo em meio à dor, sempre vale a pena.

  1. José soube resistir com tenacidade as incompreensões

Do pai, Jacó

Jacó demonstrava clara preferência por José, presenteando-o com uma túnica especial (Gn 37.3). Esse gesto, ainda que sinal de amor, gerou confusão e desentendimento dentro da própria casa. José passou a carregar um peso que não era dele: o olhar crítico e incompreensivo dos irmãos que viam nele um rival e não um irmão. Muitas vezes, também enfrentamos situações em que nossas atitudes ou bênçãos recebidas de Deus geram reações negativas até mesmo daqueles que mais amamos.

Contudo, José não permitiu que a incompreensão paterna ou fraterna anulasse sua identidade. Ele seguiu firme, sustentado por uma convicção maior do que a opinião alheia: o plano de Deus para sua vida. A incompreensão não o desviou, mas o fortaleceu.

Dos irmãos

Os irmãos de José o odiaram e o rejeitaram de maneira cruel, lançando-o numa cisterna e vendendo-o como escravo (Gn 37.23-28). Ele experimentou a dor da rejeição e do abandono de quem deveria cuidar dele. Essa é uma das maiores dores da vida: ser ferido não por estranhos, mas por aqueles de dentro da família.

Mas José não reagiu com amargura. Ele seguiu em frente, confiando que, apesar da maldade dos homens, Deus continuava conduzindo sua história. É o que Paulo mais tarde ensinaria: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31).

Vale a pena resistir às incompreensões com fé e perseverança. Porque a aprovação que importa não é a dos homens, mas a do próprio Deus.

  1. José soube resistir o ímpeto de reagir.

Vale a pena não reagir.

Não reaja com suas forças – entregue nas mãos de Deus

José não tentou se defender nem lutar por justiça própria. Quando foi vendido como escravo, não argumentou com os mercadores (Gn 37.28). Quando acusado injustamente pela esposa de Potifar, não teve oportunidade de se justificar (Gn 39.19-20). Diante de Faraó, ao invés de contar suas dores, declarou: “Isso não está em mim; Deus dará resposta favorável a Faraó” (Gn 41.16).

O que vemos em Gênesis 41 é que José, ao ser chamado por Faraó, não tentou justificar sua prisão, nem expor seu passado difícil. Em vez disso, falou apenas o necessário: que a interpretação dos sonhos pertencia a Deus (Gn 41.16).

“José não tentou se defender diante de Faraó, mas apontou para Deus como a fonte da interpretação dos sonhos.”

Sua confiança não estava em argumentos humanos, mas na soberania divina. Ele entendia que o juiz justo acompanhava cada detalhe de sua vida. O silêncio de José não era covardia, mas fé em um Deus que vê e age no tempo certo. “Até o insensato, quando se cala, é tido por sábio; se fica de boca fechada, passa por inteligente” (Pv 17.28)

Falou do passado somente quando foi necessário

José só revelou seu passado quando se reencontrou com os irmãos (Gn 45.4-8). E mesmo assim, não usou palavras de acusação, mas de reconciliação: “Foi para preservação da vida que Deus me enviou adiante de vós”. Ele não ficou preso à dor do passado, mas o interpretou pelas lentes dos planos de Deus.

Essa atitude aponta para Cristo, que também, diante de seus acusadores, não abriu a boca (Is 53.7). O silêncio pode ser mais eloquente do que mil palavras quando confiamos que Deus é quem defende nossa causa.

Vale a pena não reagir pela carne. Porque nossa defesa vem do Senhor (Sl 37.5-6).

  1. José resistiu bravamente ao espírito de desespero (falta de esperança com irritação)

O tempo de espera

José foi vendido com 17 anos (Gn 37.2) e só chegou ao palácio aos 30 (Gn 41.46). Foram treze anos de silêncio, dor e espera. Na cisterna, na escravidão e na prisão, a desesperança poderia tê-lo dominado. O desespero mistura falta de fé com irritação diante das circunstâncias. No entanto, José não permitiu que esse espírito se instalasse. Ele seguiu crendo que havia propósito mesmo na escuridão.

Assim também nós, quando enfrentamos longos períodos de prova, precisamos nos lembrar que “os que esperam no Senhor renovarão as suas forças” (Is 40.31). O tempo de Deus nunca falha.

As tentações específicas

José também foi tentado em áreas sensíveis. Na administração da casa de Potifar, lidava com bens e recursos (Gn 39.4-6). Na área sexual, enfrentou a investida insistente da esposa de Potifar (Gn 39.7-12). Em ambas, resistiu firmemente, ainda que isso lhe custasse a prisão. Ele preferiu sofrer injustiça a pecar contra Deus.

Resistir ao desespero e à tentação é uma escolha diária de confiança no Senhor. O Salmo 126 nos lembra que quem semeia com lágrimas colherá com alegria.

Vale a pena resistir ao desespero. Porque quando a esperança em Deus é nossa âncora, o desespero não nos domina.

  1. José resistiu a tentação de desistir dos seus sonhos

Os sonhos de José eram planos de Deus

Na juventude, José teve sonhos (Gn 37.5-11). Para ele, eram imagens misteriosas de grandeza futura. Para Deus, eram a revelação antecipada de Seus planos soberanos. José poderia ter desistido ao passar pela cisterna, pela escravidão e pela prisão. Mas permaneceu fiel àquilo que sabia vir de Deus.

Ele aprendeu que o que parecia apenas um sonho juvenil era, na verdade, um plano divino para preservar vidas e cumprir a promessa feita a Abraão. Quando revelou isso aos irmãos, declarou: “Foi Deus quem me enviou adiante de vós” (Gn 45.5).

Persistência diante dos obstáculos

Os “ladrões de planos” tentaram roubar a esperança de José: o ódio dos irmãos, a injustiça da prisão, o esquecimento do copeiro. Mesmo assim, ele não se rendeu. O ladrão vem para roubar, matar e destruir (Jo 10.10), mas José confiou que Deus conduzia sua história.

Essa persistência é chamada de fidelidade. Quem persevera até o fim será salvo (Mt 24.13). José não se deixou abater e, no tempo certo, viu o cumprimento do que Deus havia determinado.

Vale a pena não desistir dos planos de Deus. Porque o que Ele começa, Ele termina (Fp 1.6).

  1. José resistiu ao desejo de vingança

A oportunidade de vingar-se

Quando José se tornou governador do Egito, seus irmãos vieram a ele em busca de alimento. Ali estava a grande chance de vingança. Ele poderia ter usado sua autoridade para punir quem o feriu (Gn 42–44). Mas, ao invés disso, optou pelo caminho do perdão.

O perdão verdadeiro, comprovado em ações de amor e misericórdia, é uma marca de uma vida que está firmada em Deus. Está escrito em Gênesis 45.5-8: “Agora, pois, não fiquem tristes nem irritados contra vocês mesmos por terem me vendido para cá, porque foi para a preservação da vida que Deus me enviou adiante de vocês. Porque já houve dois anos de fome na terra, e ainda restam cinco anos em que não haverá lavoura nem colheita. Deus me enviou adiante de vocês, para que fosse conservado para vocês um remanescente na terra e para que a vida de vocês fosse salva por meio de um grande livramento. Assim, não foram vocês que me enviaram para cá, e sim Deus, que fez de mim como que um pai de Faraó, e senhor de toda a sua casa, e como governador em toda a terra do Egito”.

Isso mostra que o coração de José não ficou envenenado pela mágoa. Ele entendeu que a justiça não cabia a ele, mas a Deus (Rm 12.19).

O olhar pela perspectiva de Deus

José declarou: “Vós intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem” (Gn 50.20). Ele não negou a maldade dos irmãos, mas a enxergou dentro de um quadro maior: o plano de Deus. O que parecia tragédia, Deus transformou em salvação para muitas vidas.

José temia a Deus e entendia que, apesar de ter vivido tanto sofrimento, tudo estava sob a soberania do Deus que tinha um plano para ele. José estava firmado na Rocha que era o Deus de seu pai, e, mesmo em meio ao abandono e à prisão, sua fé permanecia.

Em contrapartida, nós, que muitas vezes nos envolvemos em intrigas muito menores no nosso lar, nos recusamos a pôr em prática a ordenança de Cristo de perdoar a todos e amar até os nossos inimigos. Portanto, para um lar que deseja ser firme e não se desfazer em meio às tempestades, a cura e a união que o perdão proporciona não podem ser menosprezadas nem negligenciadas. Essa é a vontade de Deus para todos os lares.

A forma como José tratou sua família evidencia como um servo de Deus deve agir dentro de casa, fazendo dela um ambiente de amor, misericórdia e perdão.

Assim é o perdão cristão. Não negamos a dor sofrida, mas reconhecemos que Deus é capaz de usar até mesmo o mal para produzir o bem.

Vale a pena perdoar. Porque quando liberamos perdão, manifestamos o caráter de Cristo (Cl 3.13).

Conclusão

A vida de José nos ensina que vale a pena resistir:

  • às incompreensões,
  • à tentação de reagir,
  • ao espírito de desespero,
  • à tentação de desistir,
  • e ao desejo de vingança.

José terminou sua vida em paz, pedindo que seus ossos fossem levados à Terra Prometida (Gn 50.25). Ele sabia que a história não terminava no Egito, mas no cumprimento dos planos de Deus. Assim também nossa vida só encontra sentido quando está alinhada ao propósito eterno do Senhor.

Apelo Evangelístico e de Consagração

Hoje, Deus o convida a escrever uma história que valha a pena. Talvez você esteja cercado de incompreensões, preso em tentações, desanimado pelo desespero ou sufocado pela mágoa. Mas há um Deus que transforma maldição em bênção e dor em plano redentor.

A história de José aponta para Cristo: rejeitado, traído e crucificado, mas que ressuscitou para dar vida eterna. Em Jesus, sua vida pode ser restaurada, seus pecados perdoados e sua história reescrita.

Entregue-se hoje a Cristo.

Consagre sua vida, seus sonhos humanos e alinhe-se aos planos eternos de Deus.

Decida escrever uma história que marque sua geração e glorifique ao Senhor.

 

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